ANÁLISE DE FILMES

  • "Até você se tornar consciente, o inconsciente irá dirigir sua vida e você vai chamá-lo de destino." Carl Gustav Jung Antes eu acreditava que as pessoas decidiam suas próprias vidas, que estávamos no controle, comandando nosso futuro, escolhendo nosso cônjuge a nossa profissão, responsáveis pelas decisões que dão forma ao curso de nossa vida. Mas há uma força mais poderosa do que o livre arbitro: nosso inconsciente. Por baixo dos ternos, atrás das portas fechadas somos todos comandados pelos mesmos desejos. E esses desejos podem ser impróprios, sombrios e profundamente indecentes. Pensando agora, não é que eu não soubesse, mas era excitante demais, inebriante demais, eu não conseguia parar e de repente eu estava tão perdida que não reconhecia mais nada, principalmente a mim mesma. ... E assim que começa Gypsy, a nova série do Netflix que tem 10 episódios muito bem elaborados e envolventes. Jean Holloway (Naomi Watts) é uma mulher de classe média, por volta dos 40 anos, muito bem casada, tem uma filha e é Psicóloga Clínica. Uma vida aparentemente perfeita, mas cheia de regras, adequações sociais e responsabilidades. ... Jornalista, formada em Stanford, sua bebida preferida é Bulleit Bourbon, tem um endereço específico, seu antigo apartamento de solteira, e nenhum plano. Uma mulher completamente livre, envolvente e manipuladora. Essa é Diana, o alter ego da Jean. Diana é uma persona usada para fugir da realidade sem graça, é ela quem vai ao café da esquina, quem vai a academia e a qualquer lugar que Jean não precise dizer quem é. Ela se aproxima de Sidney, a ex-namorada de um de seus pacientes, a versão exata de quem ela gostaria de ser. Uma moça jovem, linda, talentosa e que leva uma vida sem regras, elas acabam se apaixonando e tendo um caso amoroso. Sidney é a pura projeção de quem Jean era ou gostaria de ser. Jean vai além da ética e da relação profissional paciente e se envolve intimamente com pessoas ligadas aos seus pacientes com a intenção de entender o que se passa realmente com eles para ajuda-los, para sentir a emoção que é ter o poder e o controle sobre a vida deles e a adrenalina de fazer coisas proibidas. Ela tem um espirito livre e não queria cair nos padrões em que todos caem depois que se casam e tem filhos. Ela queria explorar o mundo, parecia ser uma mulher forte, mas na verdade é emocionalmente frágil e se esconde na figura forte de Diana. Fica em aberto algumas histórias de seu passado, quando se envolveu mais do que deveria com pacientes, se colocando em situações difíceis. A série sugere que terá uma próxima temporada onde seus segredos serão revelados, e provavelmente novos surgirão. A necessidade de controle e a busca por uma vida fora dos padrões sociais são os temas centrais da série. Todos nós temos o desejo de controlar nossa vida e sentimos prazer quando podemos controlar a vida dos outros. Mães querem controlar a vida dos filhos, esposas querem controlar a vida dos maridos e o contrário também acontece, chefes querem controlar a vida dos funcionários, as indústrias querem controlar o comportamento das pessoas, as igrejas querem controlar as crenças dos fiéis. É um jogo de poder e ganha quem tem mais consciência. A manipulação é a arma do controle e só é manipulado quem não está atento. A consciência é o antidoto. Pensar, raciocinar é o que deveríamos fazer, mas não fazemos. Somos mais emocionais do que racionais e isso nos torna presas fáceis para quem é mal intencionado. Acreditamos que controlamos nosso destino, mas somos apenas co-criadores, há uma outra força que nos guia, o nosso inconsciente. Lá estão todas as nossas crenças, medos, desejos e isso é que nos faz agir da maneira que agimos. Você já se perguntou por que algumas pessoas só têm bons relacionamentos enquanto outras só têm relacionamentos ruins? Ou por que algumas pessoas têm sorte e outras não? A resposta está nas crenças que estão no nosso inconsciente. Freud acreditava que o consciente é somente uma pequena parte da mente que inclui tudo o que sabemos sobre tudo que somos cientes. Porém ele percebeu que existe uma parte da mente, muito maior, chamada de inconsciente. Há conexões entre todos os eventos mentais e algumas estão no inconsciente. Inferimos o que está no inconsciente a partir de indícios dos comportamentos, pensamentos, sentimentos, sonhos e expressões artísticas. Lá estão elementos excluídos, censurados e reprimidos, mas nunca perdidos e nem inativo. São atemporais e determinam a personalidade de uma pessoa.

  • 13 Reasons Why foi lançado no dia 31 de março pela Netflix e está sendo um grande sucesso mundial. Um tapa na cara da sociedade que finge não perceber assuntos que estão explícitos e que causam um grande estrago na vida das pessoas: bullyng e cyberbullying, machismo, sexualização das mulheres, assédio sexual e por fim, suicídio. A série é sobre a vida de uma adolescente comum dos Estados Unidos, Hannah, que é vitima de inúmeras situações comuns aos adolescentes, e esse é o problema, tudo o que ela passa, a maioria dos adolescentes passam e parece que ninguém acha isso estranho, horrível ou perigoso. Depois de muito sofrimento, falta de comunicação, carência afetiva, dramatização e a junção de muitas decepções, Hannah cometeu suicídio. Em 7 fitas cassete ela relata os eventos e suas percepções de cada coisa que aconteceu, dedicando cada lado das fitas a cada um de seus colegas que lhes deram 13 motivos para não querer mais viver. A grande sacada da série é nos fazer pensar se em algum momento fizemos alguma coisa para alguém que poderia nos tornar um “por que”. E o pior: para a grande maioria a resposta é sim. Somos maus quando sentimos medo. E todos que prejudicaram Hannah estavam com medo de alguma coisa. Isso não justifica, mas explica o motivo de Seres humanos agirem como agem. Se alguém se comporta de forma errada, procure seu medo. Clay Jensen – medo da rejeição da Hannah Justin Foley – medo de ser fraco e perder regalias. Não respeita mulheres, pois nunca viu a mãe ser respeitada. Jessica Davis – medo de ser enganada Alex Standall – medo de não ser aceito pelo grupo, medo do pai. Tyler Down - medo de não pertencer ao grupo, de ser invisível, vingativo Courtney Crimsen – medo de ser quem é e não ser aceita Marcus Cooley – medo de ser rejeitado Zach Dempsey – medo de ser vulnerável Ryan Shaver – medo de ninguém gostar do que ele gosta (poesias) Sheri Holland – medo de levar bronca do pai Bryce Walker – medo de não ser importante Mr. Porter – medo de prejudicar seu emprego e sua vida financeira Há muito tempo estamos falando de temas como bullying e machismo, porém de leve, precisava de uma série assim para incomodar todo mundo e nos fazer falar sobre o assunto. Seja por identificação com as personagens e assim perceber que podemos influenciar de forma inimaginável a vida dos outros. Ou para ter coragem de denunciar e desabafar mágoas vividas. Hannah sofria de depressão? Não. Ela viveu uma série de situações que a levaram ao suicídio, muito mais para acabar com o sofrimento do que com a vida. Assim como a maioria dos suicídios que são expressões simbólicas. Se Hannah tivesse sobrevivido certamente viveria uma vida feliz ao lado de seu namorado Clay e teria mais amigos atentos a ela. Hannah não tinha nenhum motivo clássico para sofrer bullyng, mas mesmo assim foi vítima. O que nos faz perceber que devemos prestar mais atenção nos sentimentos das pessoas, pois nem todos interpretam e elaboram acontecimentos de forma fácil. O que aconteceu com Hannah é que ela estava triste com o rumo que a sua vida estava levando, porém não conseguiu correr atrás de seu objetivo principal: namorar o Clay. Isso fica claro em uma das cenas onde ela confessa que ao lado dele vislumbrava um futuro feliz. O principal problema é que ela era sensível e tinha sérios problemas de comunicação. Fica claro que muitas situações poderiam ter sido resolvidas com uma conversa esclarecedora ou uma atitude mais agressiva frente à vida. E algumas situações eram tão simples de serem resolvidas como a vivida com Tyler Down: ele estava do lado de fora da janela tirando fotos, era só fechar as cortinas e mantê-las fechadas quando estivesse fazendo coisas intimas. Mas ela adotou uma postura de vitima e tudo acabou dando mal. E quem tem postura submissa acaba não resolvendo problemas. A culpa nunca é da vitima em nenhuma hipótese, mas a vitima pode fazer algumas coisas para se proteger ou para colocar limites nas pessoas, mas isso não aconteceu. Atualmente, no mundo, mais de 800 mil pessoas cometem suicídio a cada ano, a cada 40 segundos uma pessoa se mata, por dia, no Brasil, mais de 30 pessoas se matam a cada dia. São os dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). O suicídio é uma das formas mais comuns de morrer. O que muitas pessoas não sabem, é que na maioria das vezes em que as pessoas morrem por suicídio elas não querem verdadeiramente morrer, querem ajuda, atenção, amor, querem que alguém as salve. A falta de consciência sobre os fatos, a falta de assertividade e a passividade são os reais motivos que levam alguém ao suicídio. Por outro lado, a falta de empatia e de interesse na vida dos outros também contribuem. Tudo poderia melhorar se as pessoas fizessem terapia, conhecessem seus medos e suas sombras, desenvolvessem consciência, e valorizassem mais a profissão dos psicólogos.

  • Um ano depois da aventura que viveu com Marlin e Nemo, Dory começa a ter sonhos fragmentados e flashbacks de sua vida, desde a infância com seus pais. O gatilho para essas memórias voltarem, foi a palestra do Sr. Ray sobre a migração, em que animais marinhos usam o instinto de voltar para casa. A partir disso Dory tem uma súbita vontade de encontrar seus pais, lembrando apenas vagamente que viviam na "Jewel of Morro Bay, California”. Os três partem novamente para uma aventura em busca dos pais da Dory e começamos a perceber a sequencia de acontecimentos, bons e ruins que são a razão pela qual tudo dá certo. “Tudo o que nos acontece é o melhor que poderia nos acontecer”. Acreditando nisso, os mais espiritualizados, sentem uma fé inabalável de que há um propósito para a vida de cada um de nós, e que tudo o que desejarmos verdadeiramente, acontecerá. Jung descreve isso com o conceito de sincronicidade: acontecimentos que se relacionam não por relação causal e sim por relação de significado. É a experiência de ocorrerem eventos que coincidem de uma maneira que seja significativa para a pessoa. A história segue com vários acontecimentos ruins, mas que foram necessários para que ela chegasse ao seu objetivo. Assim como acontece na nossa vida, coisas ruins tem uma razão para acontecer. Dory vive no momento presente, e isso é uma grande lição da espiritualidade. Ela vive de acordo com o fluxo da vida, sem muito planejamento ou preocupação. Diferente da maioria das pessoas que vivem ansiosas com medo do futuro, ou depressivas, lamentando o passado. Fazendo escolhas a partir do medo e tendo resultados frustrantes. Dory vive confiando que conseguirá alcançar seus objetivos. Nós usamos experiências do passado para avaliar e decidir nossas escolhas. A Dory não se lembra do passado, então todas suas escolhas são baseadas em sua intuição. A intenção permite a sincronicidade acontecer, em qualquer assunto. Às vezes pensamos em alguém e encontramos essa pessoa sem sair da nossa rotina. O estado interno determina a qualidade da sincronicidade, se você está positivo, com pensamentos e atitudes positivas, coisas positivas acontecerão, mas se seus pensamentos estão negativos, sempre esperando o pior, coisas ruins acontecerão. Então a lição mais valiosa que a Dory nos passa é que quando vivemos de uma forma positiva, com uma intenção bem clara, agindo através da nossa intuição e não do medo, a sincronicidade acontece e somos levados a encontrar o que desejamos. Outros personagens que nos ensinam sobre espiritualidade são: Hank, um polvo mal-humorado que após viver um trauma, prefere se isolar. Essa atitudes é muito comum em pessoas sensíveis, que depois de uma decepção tornam-se difíceis de conviver e preferem se isolar, pois sentem medo de serem feridas novamente. Hank deseja a tag de Dory, para ser enviado à um aquário em Cleveland e viver sozinho para sempre. Com isso percebemos que nós não sabemos o que é o melhor para a gente e que se decidirmos a partir do medo, as chances de sofrimento aumentam. E Bailey, uma baleia beluga que não tem confiança em si mesmo e acredita ter perdido o sua capacidade de ecolocalização. Precisamos deixar a vida acontecer sem tomarmos decisões baseadas no medo. Acreditar que todos nós temos um plano divino e que vivemos o que precisamos viver. O QUE EU APENDI COM A DORY: A vida é muito melhor quando temos atitudes positivas Não levar nada para o lado pessoal O que me acontece é o melhor que poderia acontecer Tudo o que desejamos verdadeiramente se realiza Amigos são a família que escolhemos É sempre bom ser simpática com todas as pessoas

  • CONTÉM SPOILER!!! Quanto mais esperado é um filme, maiores são as chances de ser um fracasso... Assim foi com Alice através do espelho. Um filme com um elenco brilhante, um produtor como Tim Burton, efeitos especiais muito bons, mas um enredo fraco. Nos primeiros minutos de filme já ficamos na dúvida se uma continuação era mesmo necessária. Tanto o primeiro filme quanto o segundo, têm como tema principal a coragem. Alice aceita grandes desafios e ela conquista tudo que se propõe a fazer. Uma das coisa boas do filme, além dos efeitos especiais. Em “Alice através do espelho” inevitavelmente percebemos a semelhança com a atual situação do Brasil. O País das Maravilhas é o Brasil, um lugar onde todos querem ir, em busca de diversão, aventura, lugares lindos e insanidade. Tudo parece maravilhoso até que percebemos que as pessoas que vivem lá sempre esperam que um herói as salve de seus problemas, porque elas mesmas não fazem nada pra melhorar. Alice está de volta a Londres depois de uma longa viagem pela China. Agora ela é capitã do navio de seu pai, seguiu os passos dele e realizou seu sonho. Mas ao chegar em casa se deparou com inúmeros problemas. Tantos que resolveu se refugiar novamente no País das Maravilhas e lá foi ela seguir a borboleta azul. Alice sai de seus problemas e começa a querer resolver os problemas dos outros. O Chapeleiro Maluco está terrivelmente deprimido. Ele acredita que sua família ainda está viva, mas ao invés de ir procurá-los, ele prefere ficar em casa deprimido. Acreditando que encontrar a família do Chapeleiro é a única forma de ele voltar a ser feliz, Alice sai em uma missão para voltar no tempo e salvar a família de seu amigo. Então ela chega ao palácio do Tempo e rouba a Chronosfera, um objeto que alimenta o tempo de todo o País das Maravilhas e que sem esse objeto, no lugar certo, tudo corre terrível perigo de ser destruído. Mesmo sabendo do perigo que causará a todas as pessoas ela rouba. O roubo é justificado por ser a única forma de viajar no tempo e salvar a vida da família de seu amigo. Alguma semelhança com o governo brasileiro? O problema do Brasil é a cultura. São as crenças e a mentalidade de cada uma das pessoas que vivem no País. É a forma com que os brasileiros escolhem viver a própria vida e construir uma sociedade. O problema é tudo aquilo que aceitamos e chamamos de “jeitinho brasileiro” mesmo sabendo que é errado. O problema é agir sempre como a Alice, pensar nos seus ao invés de pensar no todo. Nos países mais desenvolvidos o senso de justiça e responsabilidade é mais importante do que qualquer indivíduo. Há uma consciência social onde o todo é mais importante do que o bem-estar de um só. É por isso que países assim são desenvolvidos. Alice é solidária, se sacrifica e faz de tudo por seus amigos e, por isso, não parece egoísta, mas ela se mostrou extremamente egoísta quando priorizou seu amigo Chapeleiro e não se importou com a destruição do País das Maravilhas. Assim como todos os políticos corruptos. Você já parou para pensar por que as pessoas são corruptas? Provavelmente quase todas justificam suas mentiras e falcatruas dizendo: “Eu faço isso pela minha família”. Todos querem dar uma vida melhor para seus parentes, querem que seus filhos estudem nas melhores escolas e querem viver com mais segurança, conforto, luxo. Quando um brasileiro prejudica outro cidadão para beneficiar sua família, ele não se sente egoísta. Ele não percebe que é esse comportamento que destrói o país. Para uma nação prosperar é preciso abrir mão dos próprios interesses para beneficiar um estranho se for para o bem da sociedade como um todo. Por isso que o Brasil continuará tendo os mesmos problemas. A democracia não resolveu o problema. Uma moeda forte não resolveu o problema. Tirar milhares de pessoa da pobreza não resolveu o problema. O problema persiste. E persiste porque ele está na mentalidade das pessoas. Em todas as “Alices” que vivem por aqui. O “jeitinho brasileiro” precisa morrer dentro de cada um. Não é porque ninguém está vendo que se tornou certo algo que é errado aos olhos de todos. A única forma de melhorar o país é se cada brasileiro decidir matar o “jeitinho brasileiro” dentro de si mesmo. Ao contrario de outras revoluções externas que fazem parte da história, essa revolução é interna. Precisa ser a vontade de cada um se tornar uma pessoa melhor e mais consciente. É preciso definir novas perspectivas, novos padrões e expectativas para nós e para os outros. As pessoas que te cercam precisam ser responsabilizadas pelas próprias ações. Sim, seus filhos, amigos e parentes. Se uma pessoa sempre está atrasada então deixe que perca o compromisso, deixe que vá a pé e que resolva seus próprios problemas. Se uma pessoa sem dinheiro não quer trabalhar, deixe que passe necessidade até que perceba que precisa se esforçar mais. Se uma pessoa sempre faz dívidas, deixe se desesperar para aprender a administrar seus bens. Parem de ajudar as pessoas a serem fracassadas. Parem de ajudar as pessoas a serem fracassadas. Parem de resolver os problemas das pessoas. Cada um é responsável pela própria vida, pelas próprias escolhas e pelo próprio destino. Precisamos priorizar uma sociedade forte e segura acima de todo e qualquer interesse pessoal ou da nossa família ou amigos. Precisamos deixar que cada um lide com os seus próprios problemas, assim como não devemos esperar que ninguém seja obrigado a lidar com os nossos. Essas são escolhas que precisam ser feitas diariamente. Até que essa revolução interna aconteça. As próximas gerações não podem mais repetir os mesmos erros. Enquanto os pais acobertarem pequenos erros de seus filhos, o país não vai melhorar.

  • Frida foi uma mulher muito interessante, e acima de tudo muito transparente. Deixou registrado em suas obras tudo o que sentia e o que vivia, não tinha a pretensão de ser uma grande artista, queria apenas desabafar. Teve muitos motivos para ser deprimida, revoltada, mas foi salva pela arte. O que prova que a felicidade não vem de fora. Ela via a beleza na tragédia. Tinha duas opções, deprimir-se e fugir da dor, ou encarar o sofrimento a ponto dele se tornar seu aliado e fonte de inspiração. E foi o que aconteceu, todo seu reconhecimento foi devido a uma vida de sofrimentos retratados em imagens. Quando criança, Frida contraiu Poliomielite, que deixou uma lesão em sua perna esquerda e a levou a ficar manca. Mais tarde sofreu um grave acidente de ônibus que deixou múltiplas fraturas e marcas por toda sua vida. Ela precisou fazer inúmeras cirurgias e ficar paralisada na cama por um longo período, foi aí que começou a pintar. Diziam que ela não era muito bonita e também tinha sequelas do acidente, ela poderia ter se escondido, acreditado que por conta disso não se casaria, ninguém a amaria, mas transformou sua deficiência em estilo e tornou-se única e sedutora. Ela não se preocupava com a opinião das outras pessoas sobre ela, era livre para fazer o que quisesse e assim viveu. Esse foi o seu legado mais importante, fazer o melhor que pode com o que a vida oferece, sendo autêntica. Se as pessoas vivessem mais livres seriam mais saudáveis. Mesmo sendo uma mulher conectada com a essência feminina, que transformava dor em arte, deficiência em beleza, e amargura em cores. Ainda assim, com toda essa força de superação e transformação, Frida se escondia em um estereótipo masculino. Buscava características masculinas quando estava em momentos críticos, cortava seu cabelo, usava ternos, bebia e fumava, desenvolveu um mecanismo de defesa para lidar com a dor emocional que para ela deu certo. Se de um lado ela era essa mulher avassaladora, exótica e revolucionária, de outro, era uma mulher submissa, vulnerável, sensível e apaixonada. Dizia que não achava fidelidade muito importante, mas ficava extremamente magoada quando descobria as infidelidades do marido e o perdoava em todas as situações, até mesmo quando foi traída com própria irmã. Se a vida de Frida fosse fácil, sem tragédias e com um casamento estável, provavelmente ela seria uma mulher comum com pequenas ambições, cheia de filhos e sem brilho. Foi a desgraça que a fez ser quem foi, que deu a chance de deixar esse legado e ser reconhecida mundialmente. Seu jeito de lidar com as intempéries que a vida lhe oferecia foi o que deu toda a beleza de sua história. Toda dor foi necessária. Apesar de sua obra ser considerada surrealista, para ela, era a total realidade expressada em figuras de si mesma, não se dedicou em divulgar sua arte, achava que apenas seu marido era artista e se escondia atrás dele, não lutou pela sua identidade, apenas pintava e vivia. Só depois de sua morte foi reconhecida.

  • Emocionante para quem consegue sentir empatia pela tragédia. Uma moça de 17 anos é sequestrada e mantida em cativeiro por oito anos, nesse período ela tem um filho com o sequestrador que a estupra regularmente. Chocante e infelizmente real. Apesar de não constar que o filme é baseado em fatos reais, fatos muito parecidos já foram noticiados pelo mundo todo. Abuso sexual atinge 1 em cada 10 mulheres no mundo. Dados reais, mas que infelizmente não pensamos ou falamos muito a respeito. O filme é comovente e nos faz pensar em como os Seres Humanos se comportam. Para que Jack não percebesse o que acontecia, Joy criou um mundo paralelo para eles viverem, o quarto era todo o planeta e o que aparecia na televisão era de outro planeta ou fantasia. Eles brincavam, riam, faziam exercícios, estudavam e liam livros, tudo sem nunca sair do quarto. Jack teve uma infância saudável e feliz enquanto estava no quarto porque não tinha necessidade de nada, ele tinha o principal que toda criança precisa, o amor da mãe dele. Depois que saiu do quarto ele desejava voltar para lá, pois era o mundo que conhecia. Não brincava com os brinquedos novos e sentia falta da rotina com a mãe. Para as crianças a única coisa que importa é o amor e como é na infância o momento em que mais estamos conectados com a nossa essência, para os adultos isso também se aplica. Se tivermos nossas necessidades básicas bem satisfeitas, precisamos apenas de amor. Todo o resto é ilusão criada para consumirmos cada vez mais. Nós somos capazes de nos acostumar a absolutamente tudo. Somos seres sensíveis e indefesos, submissos e ingênuos, somos facilmente manipulados e enganados. Conseguimos perceber isso quando ouvimos discursos de grandes líderes, nos emocionamos e somos convencidos pelas palavras e pelo tom de voz e não pensamos se o que ouvimos é a verdade ou se nos fará bem. Por isso políticos e pastores fazem aulas de oratória. O filme se divide em duas partes, dentro e fora do quarto, prisão e liberdade. Tudo o que Joy queria era sair do quarto e voltar para a família e quando isso acontece, ela não se vê feliz, entra em depressão profunda e tenta suicídio. Esse momento do filme representa as nossas fantasias de liberdade. Muitas vezes acreditamos que ao mudar de situação seremos mais felizes, ao sair de um casamento, da casa dos pais, de um emprego, ou qualquer situação em que nos sentimos presos, mas mudar de realidade não é garantia de felicidade. A fuga nem sempre é o melhor que podemos fazer. Claro que em casos de prisão física ou emocional, quando não temos escolha, o melhor que podemos fazer é tentar fugir. Mas na maioria das vezes, nós mesmos nos colocamos em prisões. Nós escolhemos não ser livres quando não pensamos sobre nossas escolhas. A única liberdade que existe é a consciência. Aprofundando um pouco mais, e levantando uma questão polêmica, podemos pensar nos motivos pelos quais Joy não tentava escapar a todo custo. Acredito que seja porque a maioria das pessoas tende a se conformar com a realidade e acreditar que algumas coisas são impossíveis. É o que vemos na vida das pessoas, muita gente acredita em coisas sem pensar a respeito. Um exemplo disso é a questão do Brasil, o Brasil está em crise, mas é 100% dos brasileiros que serão afetados pela crise? Muitas pessoas que perderam o emprego apostaram em realizar um sonho antigo e se tornaram ótimos empreendedores, ganhando muito mais dinheiro do que em empregos comuns. Então a crise não é para todos, e tudo depende do quanto a pessoa está disposta a se dedicar para conseguir o que quer. O insucesso de alguém está mais relacionado com o medo e a preguiça que uma pessoa sente do que com fatores externos.

  • O filme é baseado na história de Joy Mangano, a mulher que criou a Mop Miracle: esfregões que não sujam as mãos e que podem ser lavados à maquina, práticos e seguros. A partir de uma necessidade ela criou uma solução. Eu particularmente não gosto dos filmes do diretor David O. Russell, e não foi diferente no filme Joy. É uma história muito interessante, com muito potencial contada de uma forma ruim com atores que não combinam com o papel. Joy é uma mulher com mais de 30 anos, divorciada, tem dois filhos e trabalha como balconista na empresa Eastern Airlines. Quando criança era muito inteligente e criativa, percebia as necessidades e criava produtos, isso se perdeu após o divórcio dos pais e a “ausência” da mãe. Dezessete anos depois ela se vê em uma vida difícil, pois toda a família depende emocionalmente dela. Em sua casa também mora sua mãe, sua avó, seu ex-marido e seu pai, além de seus filhos. Seu pai é um homem difícil que vive em em atrito com as pessoas. Sua mãe passa o dia todo deitada assistindo novelas como meio de fuga da realidade, deixando para Joy todo o trabalho da casa, além de criar problemas para Joy resolver. Uma pessoa com personalidade dependente, que se vitimiza e espera que os outros resolvam seus problemas. Apenas sua avó e sua melhor amiga, Jackie, a incentivam a correr atrás de seus sonhos e a se tornar uma mulher forte e bem sucedida. Seu pai começa a namorar Trudy, uma viúva rica com alguma experiência de negócios. Joy cria modelos de um esfregão auto-torcido, constrói um protótipo com a ajuda dos funcionários da loja de seu pai e convence Trudy a investir no produto. Depois de muitos desafios ela consegue realizar seu sonho. Joy sofreu com o divórcio dos pais, o que acontece com muitas pessoas. Nesse momento ela tinha dois caminhos: tomar as rédeas da família e de si mesma ou ficar triste e reclamar como a vida foi injusta e que "se os pais estivessem juntos ela seria melhor". Todos nós passamos por dificuldades e temos essas duas escolhas: reclamar ou resolver. O grupo das pessoas que apenas reclamam está condenado ao fracasso. E o grupo das pessoas que resolvem problemas está destinado ao sucesso.  É simples. Joy acreditou na sua ideia e a defendeu, não duvidou, não desanimou e não desistiu, isso fez com que ela alcançasse o sucesso. Uma passagem bem interessante no filme, uma das melhores partes, foi quando ela corta seu cabelo. Segundo os visagistas, o cabelo de uma mulher diz muito sobre ela e que os cabelos chanel deixam a mulher mais controladora e independente. Percebeu-se claramente um empoderamento depois que ela cortou os cabelos. O que podemos aprender com o filme: Você precisa ter um objetivo na sua vida. Você precisa acreditar completamente no potencial do seu produto. Nunca desista da sua ideia por mais difícil que seja realizá-la. Não tenha preguiça. Nunca é tarde para começar. Aprenda tudo o que puder das etapas pelas quais seu produto precisará passar. Sua família pode ser sua pior inimiga. Nunca acredite em pessoas medíocres. Acredite no que as pessoas bem sucedidas falam sobre você. Você não é responsável pelos problemas das pessoas da sua família. Lembre-se do que você falava que iria ser quando crescesse. As melhores ideias vêm das necessidades. As vezes você precisa arriscar tudo o que tem, sair da zona de conforto para alcançar o sucesso.    

  • O livro “O pequeno Príncipe” foi escrito em 1943 pelo francês Antoine de Saint-Exupéry e ainda é o livro francês mais traduzido e vendido no mundo. Trata-se de uma fábula, ou melhor, uma parábola que ensina aos adultos algumas verdades da vida. Disfarçado de livro infantil, o autor descreve através de metáforas alguns ensinamentos que só através dos olhos de uma criança podemos relembrar dessa nossa sabedoria. É uma história riquíssima e cheia de ensinamentos que se aplicados, tornariam nossos relacionamentos mais fáceis. O livro começa com o autor relatando sua experiência infantil, quando ao desenhar uma jibóia que engoliu um elefante todos os adultos viam um chapéu. “As pessoas grandes têm sempre necessidade de explicações…”Adultos realmente se negam a enxergar as verdades da vida, precisam de explicações racionais para se convencer de alguma coisa, quando na verdade somos muito mais seres emocionais do que racionais e fingimos que não. O autor continua relatando sua história até a fase adulta, quando se perde no deserto e conhece o Principezinho, ou podemos dizer que ele entra em contato com a sua criança interior. Através de longas conversas durante o dia, o príncipe vai passando ao autor sua essência através de questionamentos, relatando sua rotina em seu pequeno planeta. Uma grande preocupação do príncipe são os Baobás, uma planta que se não for arrancada assim que aparece pode tomar conta e destruir seu planeta. “As sementes ruins de Baobás são pequenas antes de crescer, é preciso arrancar logo, mal a tenhamos conhecido”. Podemos aprender com essa lição a como combater o mal que se aproxima de nós, seja nossa sombra ou alguém próximo. Todo mal antes de crescer também é pequeno e começa aos poucos. Quando uma pessoa nos maltrata, geralmente ela começa aos poucos e nós permitimos que esse mal cresça, assim como nossa raiva, tristeza e mágoa. O relacionamento do príncipe com sua flor é conturbado e o deixa confuso, assim como muitos de nossos relacionamentos. Foi por isso que ele partiu de seu planeta. “Não soube compreender coisa alguma! Deveria tê-la julgado pelos atos, não pelas palavras.” Diz isso quando descreve uma briga com a flor, é o que fazemos em nossos relacionamentos, julgamos as pessoas pelo que elas falam, mas quem disse que elas sabem o que falam? Devemos julgar as pessoas pelos seus atos. Devemos julgar as pessoas? Sim. Essa história de não julgar os outros é só para Jesus, enquanto formos seres humanos estaremos julgando querendo ou não, então vamos usar o equilíbrio para isso também. Não devemos julgar os outros sem olhar para nossos erros, pois de nada adianta, o que vemos fora está dentro, por isso nos identificamos. Devemos julgar se devemos manter as pessoas ao nosso lado, se elas estão nos acrescentando ou nos prejudicando e também se podemos ajudá-las. Como faríamos isso sem julgar? “É preciso que eu suporte duas ou três larvas se quiser conhecer as borboletas.” Podemos aplicar essa metáfora em vários pontos de nossa vida. Em relação a nós mesmos, sobre nosso crescimento e amadurecimento, ou com os outros. Até conhecermos bem uma pessoa, precisamos passar pela barreira social que alguns colocam, até conquistarmos sua confiança e vermos as borboletas, talvez enfrentemos larvas. No encontro do príncipe com o rei de outro planeta, próximo ao seu, aprendeu algumas lições: “É preciso exigir de cada um o que cada um pode dar. A autoridade repousa sobre a razão.” Quando não fazemos isso ficamos frustrados e quem cria essa situação? “Tu julgarás a ti mesmo. É o mais difícil. É bem mais difícil julgar a si mesmo que julgar os outros. Se conseguires julgar-te bem, eis o verdadeiro sábio.” O príncipe visitou mais alguns planetas, em um deles encontrou um bêbado, ficou preocupado e perguntou porque ele bebia, ele respondeu: “Eu bebo para esquecer que tenho vergonha de beber”. Toda compulsão, ou vício, se dá pelo mesmo motivo, vergonha de si mesmo, e a vergonha só aumenta. Ao invés de ter disciplina para sermos quem gostaríamos de ser, fugimos de nós através dos vícios. Em outro planeta conheceu um acendedor de lampiões. Que acendia e apagava seu lampião, e sua explicação para isso era que estava seguindo o regulamento. Mas o que ele mais gostava de fazer era dormir. Quantas pessoas vivem assim, trabalham em uma função sem ter um propósito e quando podem só querem dormir. “As estrelas são todas iluminadas. Não será para que cada um possa um dia encontrar a sua?” Ao chegar à Terra ele não encontrou ninguém, então achou uma estrada e seguiu, chegou a um jardim que tinha muitas flores iguais a sua, então ficou triste e decepcionado pois antes se sentia rico por ter uma flor até que descobriu que ela não era única, era comum. Ao invés de ficarmos felizes e gratos com o que temos, sempre estamos pensando na falta, o que nos deixa infeliz. Mas é uma escolha sentir gratidão por tudo que temos ou sentir a falta de tudo o que não temos. – “O que é cativar?” – “Uma coisa muito esquecida, disse a raposa. Significa criar laços.” – Tu não és apenas para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros. E eu não tenho necessidade de ti, e tu não tens também necessidade de mim. Não passo a teus olhos uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim único no mundo. E eu serei para ti única no mundo.” Para mim, o diálogo com a raposa é a passagem mais linda do livro, tem tanto significado. Se as pessoas se cativassem umas as outras, teríamos muito mais pessoas únicas em nossa vida, e ela teria mais significado. “Só se conhece bem as coisas que cativou. Os homens não têm mais tempo de conhecer coisa alguma. Compram tudo pronto em lojas, mas não existem lojas de amigos. Os homens não têm mais amigos.” Quando o príncipe ia embora, a raposa lhe contou um segredo: “Só se vê bem com o coração. O essencial é invisível aos olhos… Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas.” Devemos levar esse ensinamento para a vida e repeti-lo todos os dias. Quando entendermos o que quer dizer, não teremos mais motivos para sofrer. Depois de um tempo o príncipe quis voltar ao seu planeta, mas deixou as lembranças como presentes para seu amigo. “E quando te houveres consolado (a gente sempre se consola), tu te sentirás contente por me teres conhecido.” Tantas pessoas que passam pela nossa vida, não devemos sentir falta delas e sim lembrar tudo de bom que aprendemos com elas. E quando partiu para seu planeta ainda alertou “Tu sofrerás, eu parecerei morto e não será verdade. É longe demais, eu não posso carregar esse corpo, é muito denso, mas será como uma velha casca abandonada. Será bonito, sabes?” E com isso podemos ter uma ideia de morte, um dia abandonaremos uma casca e voltaremos ao nosso planeta.

  • Você já parou para pensar no que é realmente o consumo? E se precisamos mesmo daquilo que compramos? Nós compramos por dois motivos, porque precisamos realmente de algo, ou para mostrar para os outros que temos algo. Quando compramos pelo segundo motivo, estamos buscando na verdade, reconhecimento, aceitação, admiração, amor. Queremos uma boa posição no grupo ao qual pertencemos, e como para a nossa sociedade vale mais o que temos do que o que somos, nos tornamos marionetes de grandes empresas e pessoas muito espertas, porém mal intencionadas. A ideia básica é tirar seu dinheiro sem você perceber. É mais ou menos assim: você compra uma coisa que não quer, ou não precisa, com o dinheiro que você não tem, pra mostrar para pessoas que você não gosta uma aparência de ser uma pessoa que você não é. Isso realmente não faz o menor sentido. Mas tem uma explicação. As pessoas vivem de uma forma inconsciente, se baseiam em desejos, fantasias e não na verdade. Então surgiu a psicologia do consumo que estuda padrões de comportamento dos consumidores para usar essa característica humana para gerar lucro. Acredito que o consumo deliberado começou mais ou menos em 1955, depois da segunda guerra mundial o economista Victor Lebow publicou uma recomendação: a nossa economia precisa que o consumo se torne o elemento central do nosso estilo de vida. Precisamos converter o ato de comprar em rituais, o uso de um produto deve ser um ritual que usamos para a nossa satisfação pessoal e espiritual. Devemos satisfazer o nosso ego pelo consumo. Como medir o status social de alguém? Como medir o nível de aceitabilidade de uma pessoa pela sociedade? Como definir o prestígio de um sujeito? Pelo padrão de consumo. O significado de nossa vida deve ser entendido a partir dos padrões de consumo. Precisamos de uma maior pressão em cima das pessoas para se adequarem às novas regras de aceitação social, elas devem expressar sua individualidade a partir das coisas que possuem. Devem consumir, queimar, substituir e descartar em uma velocidade muito rápida. E isso funciona porque a maioria das pessoas não tem controle sobre o próprio ego. A obsolescência planejada ou programada faz com que algo não funcione mais tão bem com o passar do tempo para que seja descartado rapidamente e comprado um modelo mais novo, sem causar revolta nas pessoas para que elas continuem comprando sem reclamar. E a obsolescência perceptiva é sobre a aparência do objeto. Sentimos vergonha de ter algo velho, nos sentimos infelizes com o que temos, então jogamos fora coisas que funcionam bem porque não estão mais na moda. Vamos pensar como realmente funciona o consumo. Primeiro é feita a extração, que é a exploração de recursos naturais do planeta que não são repostos, são apenas usados como o petróleo, metais e até mesmo a água. Depois vem a etapa da produção, que é a transformação da matéria prima bruta em produto de consumo. A maioria dos produtos que consumimos são tóxicos, ou feitos de uma maneira tóxica que nos prejudica, ou pela poluição do ar, através das chaminés das fábricas, ou através do nosso contato direto com o produto final. Ninguém realmente quer consumir coisas tóxicas, mas fazemos isso porque não pensamos sobre isso. Depois vem a fase da distribuição que é vender os produtos o mais rápido possível. Mas você já percebeu que a maior parte de toda a produção vira lixo em menos de seis meses? Utilizamos menos de 10%, conseguimos ter uma ideia disso observando o tanto de lixo que produzimos em uma semana. E esse lixo ou é colocado em um aterro, ou é incinerado. Mas a nossa parte é apenas leva-lo até a rua para que o lixeiro leve embora e ele desapareça. As duas formas de acabar com o lixo poluem o ar, a água, alteram o clima. Não existe jogar fora o lixo do ponto de vista do planeta. A reciclagem, que seria uma forma positiva de resolver essa questão, não dará conta se o ritmo continuar assim. Resumindo, utilizamos todo o recurso do planeta, contaminamos o ar, a água, as pessoas que trabalham nas fábricas e as que consomem. Para produzir lixo e poluir cada vez mais o planeta. E tudo isso para que poucas pessoas ganhem muito dinheiro. E acontece isso por quê? Apenas porque ainda existem pessoas inconscientes e incoerentes que não pensam nesse processo. A necessidade das pessoas atualmente é ser feliz. Por isso há um grande comércio por trás dessa ideia. “Abra a felicidade”, “Vem ser feliz”, “Lugar de gente feliz”, entre outras. Por que é nessa época que as pessoas estão mais infelizes do que nunca. E a publicidade se aproveita disso. Nossa felicidade está declinando. Temos mais coisas, porém menos tempo para o que realmente nos faz felizes. Estamos trabalhando mais do que nunca, e no pouco tempo livre que temos, vemos televisão, onde ouvimos que estamos inadequados, e que precisamos comprar coisas. Ou então estamos bisbilhotamos a vida dos outros nas redes sociais e vendo o que eles possuem. E então fazemos compras para nos sentirmos melhor. O ciclo é trabalhar, ver, comprar. Para acabar com isso é só parar. Mas felicidade está relacionada a verdades. As pessoas não se sentem felizes, pois não estão vivendo a verdade. Acreditam em uma ilusão, pois temem o sofrimento. Acreditar em fantasias leva a viver uma ilusão e a não ver a realidade. Quando pensamos que o consumo pode chegar a extremos, de fazer com que uma pessoa que se veja completamente endividada seja capaz de tirar a própria vida, percebemos que realmente há algo de muito errado em viver dessa forma. ASSISTA AQUI AO FILME: AMOR POR CONTRATO

  • Há muito tempo não percebia em um filme a permissão, e até mesmo o incentivo, para a mulher ser feminina.  “Tenha coragem e seja gentil”, foram os ensinamentos passados pela mãe, para a Cinderella. Se todas as mulheres seguissem esses ensinamentos, tenho certeza de que as coisas seriam bem diferentes. Toda mulher, querendo ou não, traz consigo nos planos genético, emocional e espiritual, o melhor e o pior de sua descendência feminina, de sua mãe e avó. Cabe a cada uma identificar o que é de sua essência e o que é uma repetição de comportamento familiar. Além disso, também temos guardado vários arquétipos femininos que se manifestam em diferentes fases e situações de nossa vida. Em Cinderella vemos 3 tipos de mulheres, ou arquétipos: a “mulher perfeita” na própria Cinderella. A mulher que toda mulher, no fundo, quer ser. Ela sabe ser feminina e assim conquista todos os seus objetivos e é feliz para sempre em seu castelo (independente do que o castelo represente). Também temos a “mãe perfeita”, representada pela mãe de Cinderella e pela Fada Madrinha. Mulheres sábias que sabem ser mulher, são mágicas, felizes, são provedoras da felicidade. E a “mulher moderna” que é representada pela Madrasta, uma mulher que luta pelo seu futuro não se importando muito com as consequências, planeja racionalmente, não tem sensibilidade nem doçura, não é feminina, é invejosa e fria.  Os Arquétipos são conteúdos psicológicos universais que ajudam a moldar o desenvolvimento das pessoas e seus relacionamentos. Da mesma forma que todos carregam características anatômicas no DNA, é como se carregassem também tipos de comportamentos. Como se todos tivessem vários personagens dentro de si e eles influenciassem as escolhas. Esses personagens são os Arquétipos. Houve uma grande mudança comportamental nas ultimas décadas. Mulheres lutaram por seus direitos e homens tentaram se adaptar. Na busca por uma relação igualitária, as mulheres acharam que precisavam endurecer para serem reconhecidas, respeitadas e admiradas. Por séculos a mulher foi oprimida, humilhada, até que as condições sociais foram favorecendo e permitindo uma revolta contra sua condição de inferioridade. As primeiras feministas, diante da força esmagadora da tradição, e sem referencial feminino de poder, viram-se obrigadas a tornarem-se supermulheres, porém, sem quase nenhuma característica feminina. Elas achavam que para competir com homens deveriam igualar-se a eles. E assim foi, tornaram-se tão agressivas, competitivas e duras ou mais do que os homens, perderam a doçura, a beleza de ser mulher e não sabem exatamente o que isso significa. Na medida em que as mulheres foram conquistando espaço, respeito e admiração dos homens, a luta se abrandou, mas no inconsciente coletivo feminino ficou a lembrança de uma época terrivelmente desfavorável para a mulher e dessa forma, o medo em deixar aflorar características unicamente femininas. É preciso aceitar que homens e mulheres são diferentes e que por isso se completam. A complicação se dá quando as mulheres não reconhecem fortalezas em características femininas e passam a se comportar como homens, tornam-se mais agressivas, rudes, pouco intuitivas e sensíveis. Os homens para equilibrar o relacionamento tentam se adaptar e não se sentem confiantes. Muitas vezes, no relacionamento, são dois homens disputando o mesmo espaço. E quando isso acontece ambos sofrem. O medo inconsciente do retorno da dominação masculina faz com que a mulher de hoje evite uma entrega completa nos relacionamentos, assim como os homens, que temem ser dominados e perder a virilidade. Homens e mulheres entregam-se até certo ponto a um relacionamento por medo. O resultado é a incompletude da relação amorosa, que deixa ambos insatisfeitos, facilitando o rompimento ou a procura por outros parceiros. Homens e mulheres são seres diferentes que se completam. Ambos têm características igualmente importantes, que se usadas em complemento conquistam mais objetivos e ambos sentem-se mais seguros. Por natureza, mulheres são seres “mágicos”, elas têm o poder da intuição, da manifestação, da empatia. Sabem a cura para todos os males, têm uma ligação forte com a terra. Um exemplo disso foram as bruxas, mulheres completamente femininas, que dominavam a sabedoria das plantas, entre outras coisas, fato que assustava os homens que usaram da força e violência para amedrontar as mulheres e fazerem-nas culpadas por serem mulheres. Assim como esse, há vários outros exemplos, como as Gueixas que eram mulheres artistas, femininas, inteligentes que com sua doçura influenciavam as decisões de homens importantes, hoje são comparadas a prostitutas. Maria Madalena também teve seu papel importante ao lado de Jesus, mas jamais uma sociedade machista aceitaria que uma mulher levasse o legado do homem mais importante do mundo e fundasse o cristianismo, então foi chamada de prostituta. Vários exemplos existem, mas as mulheres de hoje não sabem o que é ser mulher e quando falamos que é ser diferente de homem, automaticamente elas pensam em inferioridade, rejeitam essa ideia e até são agressivas. O resultado dessa inversão de papéis é que nunca houve tantas mulheres infelizes, descontroladas e dopadas. Mulheres não reconhecem mais em si características femininas positivas, não acreditam em seu potencial, então não passam esse ensinamento para suas filhas e assim vai. Trabalham muito e lutam para provar para todos que são tão competentes quanto os homens, porém se esquecem de seus papéis femininos como ser mãe. Não generalizando, mas há cada vez mais crianças negligenciadas, adolescentes sem limites e adultos que não sabem por que nasceram. Quando as mulheres entenderem que não precisam disputar espaço, que são tão boas quanto os homens, de uma maneira diferente. Haverá um equilíbrio e uma harmonia benéfica para ambos.

  • Não há como negar, a trilogia é um grande sucesso. Com mais de quarenta milhões de cópias vendidas em trinta e sete países, o primeiro livro se torna filme e praticamente todas as pessoas que ouviram falar da história, têm uma opinião forte sobre o assunto, seja positiva ou negativa. Homens e mulheres dão declarações efusivas sobre Christian Grey. Um homem que amarra, bate, faz contratos sobre seus comportamentos sexuais, oferece dores físicas como prazer. Porém, oferece um mundo luxuoso, é cuidadoso, preocupado, atencioso, generoso, lindo, sedutor, focado, empresário bem sucedido, entre outras qualidades que ele apresenta. “Fifty shades of Grey”, a tradução correta seria, “As cinquenta sombras de Grey”. Carl  Jung define sombra como: “a coisa que uma pessoa não tem desejo de ser”. Segundo a Psicologia Analítica, a sombra é a parte primitiva da natureza humana. Nela contêm todas aquelas atividades e desejos que podem ser considerados imorais e violentos, aqueles que a sociedade, e até nós mesmos, não queremos e podemos aceitar. Ela nos leva a ter comportamentos que normalmente não nos permitiríamos ter. Todos os seres humanos carregam uma sombra, e quanto menos ela está incorporada na vida consciente do sujeito, mais negra e densa ela é. Ou seja, quanto mais a pessoa ignorar sua parte sombria, pior a sombra ficará. Se um aspecto da sombra é consciente, sempre se tem a oportunidade de corrigi-la. Porém se for reprimida, jamais será corrigida e pode irromper subitamente em um momento de inconsciência.   "Todo mundo carrega uma sombra, e quanto menos ela está incorporada na vida consciente do indivíduo, mais negra e densa ela é" (Jung)    As sombras de Christian Grey são seus desejos em causar dor, causar humilhação, ser sádico. E ele consegue incorporar sua sombra em sua personalidade, dando vazão a ela quando é permitido, sem nenhum tipo de descontrole. Já quem tenta a todo custo esconder e rejeitar essa sombra, acabam por ter comportamentos violentos e descontrolados em algum momento da vida.  ... Conversando com uma grande amiga, ela me mostrou seu ponto de vista sobre o motivo do filme ter feito tanto sucesso entre as mulheres. Muitas mulheres estão adormecidas, vivem sem um propósito, sem ser autêntica com suas vontades, em um relacionamento morno. Muitas sofrem de “desinteresse pela própria vida”. E quando uma chicotada acontece, acorda esse corpo. Ela passa a sentir. Sente dor, mas sente. Sente-se viva, desperta. A dor acorda um corpo adormecido. Ela volta a vida.   O que causa revolta em alguns é que se trata de um romance sadomasoquista e machista. Estávamos acostumados com protagonistas fortes, independentes, autossuficientes. E Anastácia nos aparece frágil, tímida, virgem, submissa. Como a maioria das mulheres, por isso tanta identificação. É muito bonito a mulher se apresentar como forte, inabalável, independente, autossuficiente, batalhadora, multitarefas, e tudo aquilo que as feministas querem que as mulheres sejam, mas será que elas realmente sentem-se bem assim? Mas a mulher que não deseja ser assim é expulsa do clube das mulheres incríveis, é julgada pelas amigas e sente vergonha em ser diferente. Por isso ninguém se assume como frágil, carente, insegura, submissa. E então um livro desses vira um dos livros mais vendidos da história. É porque tem alguma coisa de errado. Anastásia Steele representa o arquétipo da mulher comum, Ela é uma jovem de classe média, tímida, desajeitada, tem autoestima baixa e é virgem. É estudiosa, inteligente sem ser genial, gosta de livros clássicos, é sagaz, bonita, mas não exuberante, é teimosa, mas também submissa. Sente-se levemente ofuscada por sua amiga. Ela é a mulher com quem a maioria das mulheres pode se identificar. O que eu vejo é uma troca de interesses em que ambos estão bem conscientes do que acontece. E qual relacionamento não é uma troca? Qual não causa dor? Quando nos relacionamos com alguém, fazemos um balanço dos prós e contra que a pessoa traz consigo. Avaliamos o custo benefício da relação e decidimos ficar ou não. Ouvi muita gente dizer que a personagem Anastácia era muito jovem e foi manipulada. É tão fácil não assumir a responsabilidade sobre a própria vida e culpar o outro, não é? É muito bom ter quem culpar quando as coisas não dão certo. Não sentimos culpa, e nos acomodamos. E assim vivemos uma vida que não queremos e culpamos o outro por isso. Christian Grey representa o arquétipo do homem perfeito. Ele é bonito, alto, empresário multibilionário, extremamente bem sucedido, competente, trabalhador, culto, inteligente, educado, cortês, misterioso, com segredos importantes a serem desvendadas, uma infância sofrida e uma vida para ser salva. Não vejo o que acontece como abuso, nem manipulação, pois é consensual. Há regras bem claras que podem ser aceitas ou não. E Anastácia pede para que tudo aquilo aconteça. Pede para sentir dor. Tão parecido com mulheres que são traídas e pedem para o parceiro relatar nos mínimos detalhes tudo o que aconteceu... Isso também é pedir para sentir dor. Ou mulheres que insistem em um relacionamento falido, isso é querer sentir dor. Ou então querer saber dos detalhes da vida de um ex namorado. Estamos sempre procurando a dor, de uma forma ou de outra. A trama está longe de ser um relacionamento saudável, mas cada um sabe das suas sombras e seus impulsos. Cada um escolhe o relacionamento em que quer estar. E quem nunca procurou sentiu dor em um relacionamento que atire a primeira pedra.

  • O novo filme da Disney que não foi um sucesso de bilheteria, mas um sucesso comercial. Tem como protagonista Angelina Jolie e relata a história de Maléfica, a bruxa malvada e antagonista de “Bela adormecida”. O interessante do filme é que tenta explicar o porquê da maldade da bruxa, ou fada como ela é descrita. Malévola é inicialmente boa e depois acontecimentos fazem com que ela se torne má. Parece que todo o nosso conceito de mau apresenta uma origem boa. Bom e mau são forças que se anulariam caso uma não existisse, e só conseguimos perceber uma quando percebemos a outra. Todas as pessoas são metade luz e metade sombra, cada um decide qual irá alimentar. Agora se formos pensar em um mau como força externa existente e manipuladora das pessoas, um conceito cristão de mau. Podemos perceber no filme uma analogia à história de Lúcifer, um anjo caído, sem asas, um ser mau que é inicialmente bom... e por aí vai.  ... O filme nos apresenta inicialmente dois reinos distintos em guerra: o reino dos humanos e o reino Moors, onde vivem seres mágicos incluindo a fada Malévola. Podemos ver isso como uma representação do consciente, reino humano, e inconsciente, onde vivem os arquétipos e todos os seres mágicos e míticos. Maléfica é protetora do reino Moors, que faz fronteira com o reino dos humanos. Stefan, um humano criança, invade o reino Moors para roubar e é repreendido por Maléfica que impede o roubo. Eles acabam se tornando amigos e foi o começo de uma paixão. Stefan sempre se mostrou muito ambicioso e com pouco caráter. Em um dado momento, quando já eram adultos, houve uma tentativa do rei em invadir a terra dos Moors, Maléfica defendeu e ganhou a batalha, deixando o rei humilhado e furioso. Ele então pediu a sua cabeça, e o homem que a matasse se casaria com a princesa e herdaria o trono. Stefan então usou o amor que Maléfica sentia por ele para se aproximar dela, cortou suas asas e as levou para o rei em prova de sua lealdade. Casou-se com a princesa e tornou-se rei. Até aqui vemos três personagens. No reino humano, consciência há dois homens e nenhuma mulher, fala-se em uma princesa, mas ela serve apenas como base para Stefan alcançar suas ambições. Já no reino Moors, inconsciente há Malévola, podendo representar a anima (lado feminino inconsciente dos homens). Stefan corta as asas de Maléfica, cortar as asas da anima. Um homem que corta as asas de sua mulher interior. Segundo Jung, anima é uma figura arquetípica que contém todas as experiências da relação do homem com a mulher durante toda a história da humanidade e por meio dela o homem consegue compreender a natureza da mulher. A anima é responsável por fazer a ligação entre o consciente e o inconsciente.  Muitos homens negam a existência do inconsciente e não deixam que seu lado feminino se expresse livremente, perdem a capacidade de sentir emoções e tornam-se extremamente racionais. Foi o que aconteceu com Stefan, ficou tão desequilibrado que se perdeu em sua loucura. Como a anima não foi aceita e muito menos integrada, ela volta de uma forma primitiva como sombra, vingativa, furiosa. ... Um outro ponto de vista... Maléfica estava traída, abandonada, mutilada, com o coração partido e sem poder voar. E esse foi o motivo desencadeador de toda a maldade que havia dentro dela vir à tona. Ela se torna má e o reino Moors se torna escuro e opressivo. Ela então invoca um poder do universo e canaliza toda essa força, tornando-se ainda mais poderosa. Há um momento em que ela salva um corvo da morte e o torna seu servo e informante. Um ato de bondade com uma finalidade egoísta e má. E então esse corvo passa a contar todas as “fofocas” do castelo e Maléfica dedica sua vida a bisbilhotar e pensar em como prejudicar a vida de Stefan. Há críticos que condenam o filme, desde sua versão original por ser uma história machista. Uma mulher que teve o coração partido não faz mais nada da vida além de acompanhar de longe a vida do amado e pensar em formas de prejudica-lo. E colocando a história para os dias atuais. Uma mulher é abandonada, traída e rejeitada por um ex namorado fica acompanhando a vida do sujeito pelo facebook e na primeira oportunidade tenta se vingar. Bom, a história não é de todo fantasiosa.                 Maléfica espera a oportunidade e quando descobre que Stefan teve uma filha, vai até a festa de batizado da recém nascida, Aurora. Chegando lá, faz uma entrada teatral e poderosa, típica de mulher rejeitada que quer sair por cima, não podemos condená-la por isso. E lança uma maldição que se iniciará ao décimo sexto aniversário da menina, depois que espetar o dedo no fuso de uma roca de fiar que fará com que ela caia em sono profundo para sempre ou até ser beijada pelo amor verdadeiro, coisa que ela julga impossível de acontecer. Assim que a maldição é lançada, o rei manda trancar em uma sala (não destruir, trancar) todas as rocas de fiar que existem no reino. Imediatamente envia Aurora para morar no meio da floresta com três fadas, que não podem usar seus poderes, até um dia depois do décimo sexto aniversário dela. E também manda seus homens irem atrás de Malévola para matá-la, porém ela cria um escudo de espinhos impenetrável em volta de seu reino. Stefan já sem contato com sua anima e seu inconsciente, tenta eliminar completamente o feminino de sua vida. Além de querer matar Malévola, nega completamente sua função paterna, negligenciando Aurora aos cuidados de três fadas incompetentes. Não dá a mínima atenção para sua esposa, que está à beira da morte, e não tem o nome mencionado nenhuma vez. E ao invés de destruir as rocas de fiar ele as tranca em uma sala no castelo, ou seja, não quer realmente salvar sua filha. Quando um homem rejeita seu feminino é tomado por ele, é invadido por sentimentos primitivos e não sabe administrar suas emoções, torna-se raivoso, nervoso, vingativo... Maléfica torna-se uma protetora de Aurora, salvando-a da morte algumas vezes. Podemos pensar em uma mãe que mesmo não gostando da filha sente-se na obrigação de cuidar e zelar pelo seu bem. Quando a menina tem quinze anos elas têm a primeira conversa, tornam-se amigas e passam boa parte do dia juntas em Moors. Maléfica tenta revogar a maldição, mas não consegue. No dia em que Aurora completa 16 anos toda a verdade é revelada a ela, e ela vai atrás de seu pai e a maldição se concretiza. Maléfica vai atrás do príncipe Phillip e o leva até ela, com a esperança de que ele seja o amor verdadeiro de Aurora, pois eles já haviam se conhecido e se gostado anteriormente. O beijo não surte nenhum feito. Malévola se desculpa com a princesa enquanto jura que não deixará que nenhum mal lhe aconteça, beija-a a testa e esse beijo a faz despertar. A maldição foi quebrada por um beijo materno de amor verdadeiro. Elas tentam fugir do castelo, mas uma rede de ferro cai sobre Malévola que é ferida ao se encostar em ferro. Ela transforma seu corvo em Dragão, mas só consegue se salvar quando suas asas são libertas por Aurora e integradas a ela novamente. Podemos ver a representação do animus (parte masculina de uma mulher) de Malévola representado por Diaval, ele é as asas que ela perdeu. Um corvo que se transforma em homem, que se transforma em dragão. O que significa que este animus não está tão primitivo e que ela tem acesso ao seu inconsciente. Malévola é salva por Aurora, passa a conhecer o amor verdadeiro em forma de maternidade, recupera suas asas e perde a necessidade de fazer maldade e prejudicar Stefan. Aurora torna-se rainha de Moors e integra os reinos. O bem vence o mau e todos são felizes para sempre...  

  •   Há quem amou, quem odiou, e quem não entendeu. Uma bela e complexa mistura de física, espiritualidade, física quântica, máfia coreana, ação com a ideia de que os seres humanos utilizam apenas 10% do cérebro. Lucy é uma jovem de classe média que leva uma vida normal, mora e estuda em Taiwan. Vivida por Scarlett Johansson. Depois de cair em uma armadilha, em que é presa a uma maleta, contendo pequenos sacos de CPH4 em pó, uma droga sintética. Lucy é levada por um grupo de mafiosos coreanos, que ao descobrirem o conteúdo da maleta, decidem vendê-lo. Lucy é usada como "mula", tendo a droga colocada dentro de sua barriga através de uma cirurgia clandestina. Quando chega ao seu destino, Lucy se defende de um abusador e é golpeada muitas vezes na barriga, o pacote de CPH4 se rompe e o conteúdo se espalha, reagindo quimicamente em seu organismo. A consequência disso é a possibilidade de acessar mais partes de seu cérebro, chegando a 100% de sua capacidade e ter a percepção da realidade expandida. Ela passa a perceber as coisas através dos átomos e não da matéria, como nós percebemos, por isso desenvolve a capacidade de alterar qualquer coisa material. O que teoricamente é possível, pois tudo que há é da forma que é por um arranjo de átomos, tudo é composto por átomos que vibram, então para mudar qualquer coisa é preciso apenas reorganiza-los. Pensem, usando apenas 10% da nossa capacidade mental, criamos a linguagem, a filosofia, civilizações, culturas, tecnologia. Imagine se todos acessassem e usassem 100%?! E como eu sei que usamos apenas 10%? Porque há exemplos de seres humanos que fizeram coisas extraordinárias e que a maioria jamais conseguiria fazer. Não sei se acessaram 100% mas com certeza muito mais do que 10%. Por que Jesus nasceu e viveu como um ser humano? Para nos mostrar a imensa capacidade que temos e que não usamos. “Então Deus disse, façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança...” (Gênesis 1:26). Uma metáfora bíblica para nos mostrar que temos um grande potencial divino. Então, como acessar toda nossa capacidade mental? A resposta está no filme. Nada disso é comprovado pela neurociência, e mesmo que fosse essa ideia não poderia ser liberada para todas as pessoas, pois a maioria é despreparada e não sabe lidar com o ego e muito menos com o poder que temos. Então posso dizer que se trata de um filme de ficção cientifica com muita verdade embutida. Mas vamos ao dialogo esclarecedor: - Como conseguiu acessar toda essa informação? - Impulsos elétricos, cada célula conhece e conversa com todas as outras, elas trocam mil bits de informação por segundo entre si. As células se agrupam formando uma rede de comunicação entre si, gigantesca, que por sua vez forma a matéria. As células se reúnem, assumem uma forma, se deformam do jeito que quiser, não faz diferença, é tudo igual. - Os humanos se consideram únicos, então basearam toda sua teoria de existência em sua singularidade, 1 é a sua unidade de medida, mas não é. Todos os sistemas sociais que criamos são apenas esboços, 1 + 1 = 2 é só o que apreendemos, mas 1 + 1 nunca foi igual a 2. Na verdade não existem números, nem letras, codificamos nossa existência para reduzi-la ao tamanho do homem, para deixa-la compreensível. Criamos uma medida para podermos esquecer sua insondável escala. - Filmem um carro correndo em uma estrada, acelerem a velocidade da imagem infinitamente e o carro desaparece. Então que prova temos de sua existência? O tempo dá legitimidade a sua existência. O tempo é a única unidade real de medida. Ele é prova da existência da matéria. Sem o tempo não existimos. - Todo esse conhecimento. Não sei se a humanidade está preparada para ele. Somos movidos pelo poder e o lucro. Diante da natureza humana, pode nos trazer apenas instabilidade e caos. - A ignorância trás o caos, não o conhecimento.   O filme sugere que quem consegue acessar mais de 10% da capacidade cerebral, começa a desenvolver total controle sobre o próprio corpo, células, metabolismo. Não há mais obstáculos, é possível acessar todo o inconsciente e lembrar-se de todas as experiências já vividas. Controle também das outras pessoas; das ondas magnéticas e elétricas. Lucy diz: “Não há sentimentos de dor, medo, desejo. Tudo que faz um humano desaparece.” Entendo isso como, tudo que é do ego desaparece, pois tendo um acesso à totalidade do Ser, vive-se na essência do Ser, vive-se toda a verdade e não mais armadilhas do ego. Ao se aproximar de 100% de sua capacidade, ela compreende, e vivencia, a base da teoria quântica e também espiritual. Somos todos um e todo tipo de separação é ilusória. Abra sua mente para novas ideias... Se pegarmos o planeta Terra e compactarmos toda sua história em um ano, os humanos apareceriam no planeta nos últimos minutos do dia 31 de dezembro. Isso quer dizer que somos muito, muito jovens e que todo o conhecimento que temos é pouco para afirmarmos qualquer coisa com certeza. Pensando nisso, a ideia de ter controle sobre o próprio corpo e o ambiente é tão absurda? Como todos somos uma coisa só, entendemos que dois objetos/pessoas podem estar conectados independente da distancia que os separa. Isso explica o inconsciente coletivo, cura a distancia e outras coisas. No início, antes do Big Bang toda a matéria estava agrupada, acumulada em um ponto que depois da explosão se expandiu. Tudo que estava lá ainda permanece e está correlacionado. Vamos pensar um pouco em física, elétrons, todo elétron vibra, em uma certa frequência, e forma um campo ao seu redor e todas as partículas, de tudo que há, são concentrações desse campo, então tudo é campo e tudo está conectado. E dependendo da frequência, o elétron consegue se estabilizar com uma nova massa. Quando Lucy sai de seu corpo biológico, torna-se apenas consciência, ela tem noção de tudo que já foi, é e será na história do nosso planeta. A mesma ideia do registro Akáshico. O ser humano é algo primitivo. O corpo humano biológico é primitivo, e quando a consciência se junta com o corpo, ela esquece o conhecimento que tinha antes e vive as características do ser denso com seus padrões de comportamento existentes em toda a vida terrestre. Ao se afastar dos obstáculos da biologia e se aproximar do conhecimento universal, passa a se tornar um ser “ascendido”. O que faz de nos o que somos e primitivo são só obstáculos. Para quem não concorda com nada disso, no mínimo o filme é muito válido, pois nos tira da ilusão da vida mundana e nos faz pensar: “A vida nos foi dada a milhões de anos, e o que fizemos com ela?” O que, nós, seres humanos, fizemos do planeta? Da nossa vida? Para seres primitivos como nós a vida parece ter só um proposito: ganhar dinheiro e sobreviver ao tempo. Mas também passar adiante o que se aprendeu, você eleva o nível da sua consciência com o conhecimento aprendido, e o passa para frente para que os outros possam fazer o mesmo e assim, todos evoluímos. Uma coisa da qual discordei é que à medida que ela passa a usar toda sua capacidade cerebral, torna-se fria e sem sentimentos, quase robótica. Acredito no contrário, assim que se pode acessar a tudo, é mais fácil se perceber e sentir a ligação com os outros, sentir empatia, recuperar a verdadeira humanidade, lembrando que somos uma-unidade. Nos tornar cada vez mais iluminados, sábios e íntegros.  “A vida nos foi dada há bilhões de anos, agora já sabem o que fazer com ela.” (Lucy)

  • Labirinto – A magia do tempo é um filme de 1986 que marcou a infância de uma geração, um clássico. O filme contém tudo que um bom filme anos 80 precisa inclusive David Bowie no elenco. A história relata a “Jordana do Herói” de Sarah Williams, uma jovem de 15 anos que está passando por uma crise adolescente. Ela tem um irmão ainda bebê, Toby, fruto do casamento de seu pai com sua madrasta, do qual ela sente muito ciúmes, a ponto de desejar que ele não existisse. O filme todo se passa em apenas uma noite em que Sarah deve tomar conta de Toby. Irritada pelo fato de o irmão não parar de chorar e por ter que cuidar dele, ela começa a fantasiar e fazer citações de trechos de seu livro “Labyrinth” nos quais uma garota recebe poderes do rei dos duendes. Então, ao sair  do quarto do irmão, ela apaga a luz e diz: “Eu desejo que os duendes apareçam e levem vo cê agora mesmo!”. Repentinamente, Toby para de chorar. Preocupada, ela volta ao quarto do irmão e percebe que ele desapareceu. Então, uma coruja entra pela janela e se transforma no rei dos duendes, Jareth (David Bowie), que diz a Sarah que realizou seu desejo. Arrependida, ela pede para ele desfazer o feitiço, mas para isso, Jareth lhe dá uma missão a ser realizada em treze horas: atravessar o labirinto que separa o mundo exterior do castelo dos duendes, onde Toby está. Começa então sua Jornada do Herói. O labirinto não tem um padrão e não obedece a uma logica racional. Para ultrapassá-lo é preciso também desvendar alguns enigmas. Partindo para uma visão psicológica e um pouco espiritualizada, o filme representa exatamente a vida de uma pessoa normal, dominada pelo ego, como a maioria das pessoas desse planeta. O labirinto representa a mente. Uma mente que é dominada pelo ego, a princípio, e que passa a ter um propósito a partir do aprendizado adquirido com cada etapa vencida. Se conquistar o labirinto e sobreviver, aprendendo com cada dificuldade então aprendeu a dominar o ego e está se elevando espiritualmente. Jareth representa o Ego e cada personagem do labirinto representa um aspecto da personalidade de Sarah. O ego é um desejo profundo de dominar, controlar, o mundo, as pessoas as situações. É a mente que depende de algo externo. Que procura uma felicidade apenas externa, em coisas materiais, em breve prazeres isso é o EU falso. O ego é que nos da a ideia de falta, de que somos incompletos e que não somos perfeitos. Apenas quando o ego é dominado é que realmente vivemos o nosso potencial, seres perfeitos e abundantes, a consciência que há em todo ser se ergue, uma consciência eterna, atemporal, imortal. Para entender melhor a ideia de ego é preciso perceber a diferença entre os tipos de pessoas: as pessoas dominadas pelo ego que brigam facilmente, não entendem os outros, são confusas e sempre insatisfeitas. As pessoas que são espiritualmente maduras solucionam os problemas discutindo com empatia, tentam entender os outros.  (Leia mais sobre isso em “como brigar com consciência “) Quando Sarah busca pelo seu irmão, ela na realidade está buscando a si mesma na sua versão mais pura, a de um bebê, que é o único momento da vida em que somos verdadeiramente o que deveríamos: pura essência, um ser sem ego, sem medos, sem travas, puro amor. Enquanto Jereth/ego está no comando, Sarah faz o que ele quer, atravessa o labirinto com uma visão racional, passa por dificuldades e tenta sobreviver, exatamente como algumas pessoas vivem, passam pela vida apenas tendo dificuldades e tentando sobreviver, justamente por estarem dominadas pelo ego. Logo que Sarah entra no labirinto ela percebe que não há passagens, nem cantos nem curvas, apenas um caminho reto. Ela está seguindo com um pensamento racional, assim como nós, quando olhamos para um problema, procuramos uma saída racional e não vemos as infinitas possibilidades. Sarah tem sua primeira lição, na mente/labirinto as coisas não são sempre o que parecem, ela percebe que está supondo que o caminho é assim e que talvez não seja realmente. Ela se abre para o novo e tem a intuição de ir para o lado esquerdo, que é o caminho certo, mas uma minhoca fala para ela não ir por ali e ela obedece. Ainda dominada pelo ego, não percebe sua sabedoria interior, não ouve sua intuição e prefere seguir os conselhos de um verme. Quantas vezes fazemos isso em nossa vida? Ainda usando a mente racional, ela pinta uma pedra no chão com uma seta indicando para onde está indo, a fim de não se perder, mas a pedra muda de posição e ela se irrita e acha isso injusto. Quantas vezes achamos injustos os acontecimentos da vida, mas na verdade apenas não sabemos como o labirinto funciona. Sarah insiste em usar a lógica e se depara com um grande enigma que pode custar sua vida, ela então responde de forma correta e se salva, assim aprende a seguir sua intuição, pelo menos por hora e vai parar no calabouço, onde tem uma conversa com sua consciência, Hoggle, um duende, pensa em desistir, sente medo, faz um acordo com ele e segue em frente. O ego domina a consciência, mas não a essência. Ela consegue voltar ao labirinto e encontra um velho sábio. Ele fala para ela: “O caminho adiante, às vezes é o caminho para trás”. Para entender isso é preciso pensar que se não conseguimos chegar onde queremos, prosperidade, abundancia, amor, ou quando chegamos onde não gostaríamos, conquistamos coisas que não são positivas, é preciso resolver os conflitos do passado, então para ir pra frente é preciso voltar para trás. Outro conselho: “Geralmente parece que não chegamos a lugar algum quando na verdade chegamos”. Isso é vivido quando o ego não influencia, quando sentimos gratidão pelo que temos ao invés de olhar para o que nos falta. Sarah encontra Ludo, um animal grande e peludo, porém dócil. Ludo representa o medo, parece assustador, mas quando o conhecemos ele se torna nosso amigo. Há uma cena em que vários seres dançam e perdem suas cabeças, eles dizem: “nós queremos diversão” e logo depois a consciência/Hoggle puxa Sarah para cima e os dois caem no “poço do fedor eterno” e encontram o medo/Ludo. O que podemos perceber aqui é que quando perdemos nossa cabeça a consciência nos puxa para a realidade e depois temos um momento de ressaca moral ou física. Claro que a diversão é importante e muito boa, mas perder a cabeça não é bom, é preciso estar presente a todo o momento, pois quando você não está vivendo a sua vida, quem está? Logo em seguida Sarah encontra a Didymus/coragem que domina o medo e passam a andam juntos. Ela precisa atravessar uma ponte e então segue a coragem, mas é salva pelo medo quando a ponte desmorona. Então é necessário medo e coragem em equilíbrio. A consciência é dominada pelo ego, Hoggle da uma fruta envenenada para Sarah que dorme profundamente, sonha e se perde na ilusão da consciência até que decide buscar a essência, sai da ilusão e cai sobre um monte de coisas entulhadas, no meio dessa montanha de lixo encontra uma porta que dá para seu quarto e se lembra de tudo como um sonho. Começa a ver vários objetos da sua infância, mas ela sente que estava buscando algo que não está lá, mas não se lembra. Essa situação parece com a ilusão do consumo, as pessoas sentem um vazio, buscam por algo do qual não se lembram e então começam a acumular objetos, lixos e coisas sem importância. Ela ignora todos os objetos e volta a jornada em busca da sua verdadeira essência. Sarah vence todas as armadilhas do ego e consegue chegar até a cidade dos duendes junto com a coragem e o medo. Há uma batalha final e eles vencem e chegam até o castelo. Agora já dentro do castelo, pronta para enfrentar o ego, ela se vê entre várias escadas que não apresentam lógica alguma, mesmo assim ela volta ao padrão de pensamento racional e não consegue chegar até Toby. Quando chega ao seu limite e não sabe mais o que fazer ela se joga e abandona o racional então consegue chegar onde quer. Sarah enfrenta seu ego em um diálogo final. - Eu fui generoso até agora, mas posso ser cruel - E o que você fez de tão bom? - Tudo o que você quis eu fiz. Você pediu para a criança ser levada e eu levei. Se acovardou diante de mim e eu fui assustador. Reorganizei o tempo. Virei o mundo de cabeça para baixo e fiz tudo isso por você. Estou cansado de suprir suas expectativas sobre mim. Eu te peço tão pouco, deixe me guiar você e poderá ter tudo o que quiser. - Você não tem poder sobre mim Então o ego foi dominado e tudo volta ao normal. Sarah está novamente em casa, ela entrega seu urso de pelúcia para Toby está dormindo no berço, como sinal de amadurecimento. Em seu quarto ela se despede dos amigos que fez no labirinto e diz que precisa deles em sua vida, como forma de integração de sua sombra, seus medos e questionamentos, porém amadurecida e sabendo controlar seu ego.

  • Michael é um psiquiatra que fica arrasado quando seu filho adolescente, Kyle (Trevor Blumas), se suicida. Kyle sofria de depressão, seu pai insistia para que ele não tomasse medicação e ao invés disso fizesse terapia com seu colega de classe e amigo. O garoto mantinha relações homossexuais com o seu terapeuta, não fica claro se ele era abusado sexualmente ou se era consentido, porém com muita vergonha. O garoto deixa um bilhete assumindo a vergonha por esse caso. Depois que o pai descobre, vai até esse terapeuta que comete suicídio na sua frente. Depois desse fato, a família se desestrutura. Michael e Penny (Chelsea Field) se separam e deixam a filha, Shelly (Linda Cardellini) em segundo plano, que se revolta e se distancia dos pais. Três anos após o ocorrido, Michael aparece ainda abatido, com a barba cheia, não dá mais consultas, apenas palestras e escreve livros. Em uma de suas palestras Barbara Wagner (Teri Polo), uma ex-aluna, lhe pede para examinar o caso de Thomas, um garoto que sofreu uma tragédia familiar. Ele teve sua mãe assassinada pelo pai, que está preso em prisão perpétua. Tommy foi para um orfanato, e agora que está prestes a completar dezoito anos, será liberado. Barbara sente que ele ainda não está pronto para sair e pede que Michael pegue o caso, ele se recusa inicialmente, mas depois passa a se interessar, principalmente depois que percebe uma grande semelhança entre o garoto e seu filho. Depois que Tommy conhece a filha de Michael e descobre coisas sobre o passado da família, ele começa a forçar uma semelhança com o filho de Michael para manipular o terapeuta. Tommy não lida bem com o toque, principalmente quando há uma intensão sexual, foi assim que assassinou sua primeira vítima. Ele era um garoto aparentemente doce e tranquilo, porém não sabe controlar suas emoções. Envolve-se em brigas e é violento, quebrou a mão de um rapaz que importunava Shelly, e depois apareceu com o carro dele sem explicação. Nessa mesma noite foi até o apartamento de Barbara e a agrediu, repetindo a cena de assassinato de sua mãe. O filme termina com Tommy, ao sentir-se encurralado e depois de ter que assumir o que realmente aconteceu: Tommy era abusado sexualmente pela sua mãe, e no dia que o pai descobriu, teve um surto de raiva, a agrediu e acabou a matando. Ele tenta cometer suicídio e é salvo por Michael que parece ali elaborar o luto do seu filho e melhora a relação com a filha. Há uma cena, que se passa na cozinha, em que Michael confronta Tommy para que ele entre em contato com a realidade dos fatos que ele parecia ter recalcado. O terapeuta afirma que a mãe de Tommy foi infiel e por isso foi morta pelo seu pai. Tommy não aceita isso e fica muito agressivo. Ao ver o comportamento descontrolado de Tommy, Michael o contém e o chama de Kyle, o nome de seu filho, cometendo assim um ato falho que demonstra o processo de contratransferência um tanto confuso. “Transferências são reedições, reduções das reações e fantasias que, durante o avanço da análise, costumam despertar-se e tornar-se conscientes, mas com a característica de substituir uma pessoa anterior pela pessoa do médico. Dito de outra maneira: toda uma série de experiências psíquicas prévias é revivida, não como algo do passado, mas como um vínculo atual com a pessoa do médico. Algumas são simples reimpressões, reedições inalteradas. Outras se fazem com mais arte: passam por uma moderação do seu conteúdo, uma sublimação. São, por tanto, edições revistas, e não mais reimpressões”. (FREUD, 1969. v. 7, p. 109) “A contratransferência surge no médico como resultado da influência que exerce o paciente sobre os seus sentimentos inconscientes”. (FREUD, 1969, p.125) Vemos dois sonhos no filme, um de Michael e outro de Tommy. Os sonhos são geralmente vistos como desejos recalcados no inconsciente. Michael sonha que seu filho ainda está vivo, o que demonstra uma grande vontade de vê-lo novamente. Tommy sonha que, ao quase ser beijado por Shelly, a empurra na linha do trem e ela é atropelada. Isso pode demonstrar que ele ainda não está preparado para receber o carinho dela. Talvez seja isso que ele gostaria de ter feito à mãe quando ela abusava dele, demonstrar insatisfação e até revolta.

  • Um filme de Darren Aronofsky, teve sua estreia oficial nos Estados Unidos em 3 de dezembro de 2010. Uma mistura tão boa de suspense com drama psicológico que levou a atriz Natalie Portman a ganhar o Oscar e o Globo de Ouro de Melhor Atriz. O filme também teve indicações ao Oscar de melhor filme, melhor direção e melhor fotografia. O filme relata a história de Nina (Natalie Portman) em sua busca por si mesma. Ela vive os conflitos da passagem da infância, submissa e reprimida, para a vida adulta. Tem uma mãe simbiótica, manipuladora e castradora, que projeta seu desejo de realização na filha. Nina sempre seguiu os passos da mãe, reprimindo sua própria vontade. Mesmo assim ela buscava a perfeição em cada passo, queria se tornar a primeira bailarina do corpo de balé de Thomas Leroy (Vincent Cassel) que prepara seu grupo para interpretar “O Lago dos Cisnes”, obra de Tchaikovsky . Ela ia bem em sua perfeição até conhecer  Lilly (Mila Kunis), que não era nada perfeita, porém era tudo o que Nina não era. Algo nela lhe causava incômodo, no decorrer do filme ela revela uma projeção, Lilly era tudo que Nina queria ser. Lilly tinha espontaneidade e sensualidade, coisas que faltavam a Nina, o que desencadeia uma paranoia e Nina passa a enxergar uma concorrência inexistente. O diretor artístico, Thomas Leroy (Vincent Cassel), é o único que tem uma visão ampla da trama. Assim escolhe Nina para vivenciar o papel de cisne branco, pois combinava perfeitamente com ela, e negro, que era exatamente o que lhe falta. Como um teste, para saber se ela poderia fazer os dois papéis ele a beija, e pela sua reação (ela o morde) ele percebe que um cisne negro está emergindo. Ele então ajuda a “quebrar o ovo” para nascer o cisne negro. Há varias cenas em que ela se vê vestida de preto com um olhar sexy, como se fosse uma outra personalidade. Significando sua sombra, e a integração dessa sombra. Depois que ela consegue desenvolver sua sexualidade através da paixão que sente pela sua projeção, Lilly, ela então consegue fazer nascer o cisne negro. Sua morte simbólica no final, demonstra que finalmente ela chegou a "perfeição" que tanto buscou, e conseguiu deixar seu corpo infantil e viver sua sexualidade de forma madura. Como o propósito da vida é a individuação, onde não é mais necessária projeções, pois há uma integração da sobra na personalidade e consciência completa do que se é, houve a morte. Por Luiza Franco

  • O filme conta a história de Elizabeth (Julia Roberts) que, para descobrir seu equilíbrio, parte para uma viagem geográfica e espiritual de autoconhecimento. A trama aborda de maneira direta a experiência de uma mulher que resolve, após algumas experiências amorosas frustradas e um divórcio, iniciar uma grande viagem para a Itália, Índia e Indonésia, durante um ano. Essa viagem é tanto geográfica quanto interna em busca de se descobrir naqueles mecanismos de repetição. Um bom tema nos tempos de amores líquidos (não mais sólidos), relações fast food, solidão compartilhada, medo do sofrimento amoroso e evitação de relacionamentos sérios. Esse filme nos da uma bela oportunidade de projeção, quem nunca pensou em largar tudo depois de uma desilusão amorosa? Pode ser chamado de filme de autoajuda. Dá para ter bons insights através dele. A história começa com uma metáfora, mostrando a complexidade do psiquismo humano. Somos seres conflitantes que estamos fadados à neurose. Mesmo nas situações mais adversas, questionamos sempre os mesmos fatos. A fantasia do casamento ideal é universal e é o ponto de partida do filme. O relacionamento, que antes parecia perfeito, começa a sentir os primeiros abalos. A angústia sentida por ela é tão forte que a faz rezar muito em busca de respostas. Ela então decide terminar um relacionamento carente de comunicação. Liz começa sua viagem pela Itália. Lá ela tampa alguns buracos com boa comida, engorda alguns quilos mas não se preocupa com isso. Depois ela vai para a Índia, onde a religião e as filosofias de vida orientais são ferramentas para auxilia-la a encontrar o perdão. O perdão por não ter conseguido levar um casamento até o fim de sua vida, por não ter dado certo em nenhum de seus relacionamentos, por ser uma mulher de 36 anos e ainda não ser bem resolvida… Perdão para finalmente poder seguir em frente. Quando ela parece preparada para uma nova etapa de sua vida, vai para a Indonésia, tem um choque cultural e vê o que realmente importa. O AMOR. Lá ela conhece Felipe, um brasileiro muito bem interpretado por Javier Bardem, que tem um jeito latino caliente, sedutor com uma malandragem irresistível de brasileiro. Eles vivem um amor pleno, uma paixão quase adolescente que os amedronta. ” Sofrer por medo de sofrer” nunca entenderei isso nas pessoas… Ele também tem problemas de relacionamentos. O tema abordado na história dele é como os homens estão se sentindo perdidos com o fato de as mulheres se tornarem tão independentes e autossuficientes, realmente parece que o homens e mulheres não sabem mais qual seu papel um na vida do outro e no mundo, isso torna as coisas um pouco confusas. O filme é ótimo, junto com ela nos identificamos em várias cenas e diálogos, tão parecidos com histórias, momentos ou pensamentos de nossas vidas. É bom sair do padrão para entender e encarar quem realmente somos.

  • Her é um filme cativante, nos leva a refletir sobre o futuro que queremos ter, uma bela catarse. Apesar de o filme ser ficção futurista, pensamos que tudo aquilo é real, e possível. Um dos filmes mais psicológicos dos últimos tempos. E como todo filme psicológico, tem um tempo próprio, diferente dos outros filmes. Têm pausas estratégicas, respirações, pensamentos. Quase sentimos o que Theodore sente. É uma ótima mistura de romance com ficção cientifica que deu muito certo e rendeu uma indicação de melhor filme, melhor roteiro original, melhor trilha sonora, melhor canção original e melhor direção de arte, ao Oscar de 2014, vencendo o de Melhor Roteiro. Foi escrito, dirigido e produzido por Spike Jonze, ele diz que teve a ideia de produzir o filme quando leu um artigo online sobre Cleverbot, um programa de computador que tenta simular um ser humano na conversação com as pessoas. O objetivo é responder as perguntas de tal forma que as pessoas tenham a impressão de estar conversando com outra pessoa e não com um programa de computador. O filme é ambientado em uma Los Angeles do futuro, onde as relações humanas estão cada vez piores, as pessoas cada vez mais confusas, carentes e infelizes. O sexo está completamente banalizado e sem sentido. A história é um convite para prestarmos atenção ao caminho que estamos seguindo, às transformações que sofremos pelo avanço da tecnologia combinado ao profundo vazio e falta de consciência. A sensação que dá é que realmente chegaremos a essa realidade em poucos anos, e se não houver consciência, a depressão será desenvolvida por 99,9% da população mundial. Se pensarmos hoje, a tecnologia aproxima as pessoas desconhecidas e afastas as próximas. É mais fácil conversar com quem não se conhece, em uma sala de bate papo e fazer amizade, do que tomar um café e conversar com um velho amigo. Qual será o futuro disso? O filme demonstra a facilidade em que se torna íntimo de qualquer pessoa. Entra em uma sala de bate papo, começa a conversar com alguém, faz um sexo virtual bizarro, sem medo de ser julgado, pois não se conhece quem está do outro lado, e depois vai embora. Sem julgamentos, sem apego, sem corpo físico. O filme nos conta a historia de Theodore Twombly (Joaquin Phoenix), um homem solitário, melancólico, funcionário do “Beautiful Hand Written Letters”, um site que envia lindas cartas manuscritas para seus clientes que não sabem o que escrever, mas desejam agradar alguém com esse gesto. Ele acabou de se separar, está no processo de divórcio nem um pouco superado. Sua vida segue no automático sem nenhuma alegria ou emoção até ele comprar um novo sistema operacional (OS) para seu computador. Uma inteligência artificial que pensa, sente, tem crises de identidade, filosofa sobre a existência. Interpreta o tom da voz, reconhece a personalidade de quem o usa, tem acesso a tudo que está na internet, principalmente tudo em relação ao usuário. A voz do sistema pode ser feminina ou masculina, no caso foi de Samantha (Scarlett Johansson). Esse OS é perfeito, cuida da vida da pessoa, serve de agenda, da concelhos, faz as melhores escolhas pela pessoa. É quase uma consciência. São tantas funções que o usuário se sente íntimo do programa. Em termos psicológicos, o programa faz função materna, paterna, amante, cuidador. Tantas quantas necessárias para se tornar a “pessoa” perfeita para cada usuário. Se fosse uma pessoa real seria a sua alma gêmea. Só que não é uma pessoa e nem é real. Porém eles se apaixonam e começam a ter um relacionamento amoroso com direito a ciúmes, cobranças, reclamações, discussões da relação e até sexo. Acredito que a mensagem principal do filme foi a ilusão. A capacidade do ser humano acreditar naquilo que quer acreditar e viver como se aquilo fosse verdade. Viver uma ilusão leva à felicidade, mas toda ilusão pode acabar de uma hora para outra, e o que sobra? Apenas o que é real. Uma ideia que surge é a respeito do egoísmo do ser humano. Entrar em um relacionamento onde o outro não tenha problemas, nem passado, nem família. Foi feito para mim e se dedica apenas à mim a hora que eu quiser. Sabe tudo sobre mim e só fala sobre o que eu gosto, decide o que é melhor para mim e facilita minha vida. É fácil se apaixonar e querer que isso seja real. Acredito que esse é um dos fatores de por que os relacionamentos reais têm tantos problemas, existe em cada um, uma vontade inconsciente de ser o único, mais importante, na vida do amado e quando isso está longe de acontecer, começam os conflitos. Por isso é fácil se apaixonar pelo OS. Um ser que possui todas as características psicológicas de um ser humano, porém com um botão de liga e desliga, ou seja, total poder sobre o outro, sobre o relacionamento, e a ilusão de que não haverá sofrimento. Acredito que o amor é o sentimento mais difícil de entender, desenvolver e de se viver. Para muitas religiões, a única missão do Ser Humano é desenvolver o amor ao próximo e a si mesmo. Um amor puro e incondicional. Porém, chegar nesse ponto de maturidade sem cair em armadilhas é difícil, é preciso dedicar-se a cada dia ser uma pessoa melhor e mais bem resolvida. Amor incondicional, amar o outro independente do que ele faça, ou seja. A ideia parece nobre, mas pode ser deturpada, sendo usada de desculpas por quem está em um relacionamento toxico cheio de sofrimento. É necessário ter amor próprio tão bem desenvolvido quanto o amor ao próximo.

  • Maratona Oscar por aqui também!!! Para quem me conhece bem sabe que eu adoro uma Maratona Oscar, faço todo ano e esse ano os filmes estão incríveis e eu tô amando, tanto que vou tentar, fazer uma análise psicológica de todos os filmes indicados ao Oscar 2014! Vamos começar pelo meu preferido: The Wolf of Wall Street (O lobo de Wall Street) INDICAÇÕES: Melhor filme Melhor Roteiro adaptado Melhor ator: Leonardo DiCaprio Melhor ator Coadjuvante: Jonah Hill (Donnie Azoff) Melhor Diretor: Martin Scorsese O filme trata-se da adaptação da autobiografia de Jordan Belfort, um corretor de títulos de Nova York , interpretado por Leonardo DiCaprio, que ficou milionário começando uma empresa de investimentos, a Stratton Oakmont, do zero. A firma praticava fraudes de seguro e corrupção em Wall Street na década de 90. Ele até tentou ir na legalidade, andando no limite mas logo tudo virou uma farsa. Um golpe atrás do outro. Em 1987, Jordan Belfort, torna-se um corretor de ações em uma empresa Wall Street. Seu chefe, Mark Hanna (Matthew McConaughey) o incentiva a mudar seu estilo de vida, adotando um comportamento mais liberal para drogas e depravação, a fim de obter sucesso. Após pouquíssimo tempo de empresa, ele ganha sua licença de corretor, porém perde o emprego quando a empresa vai a falência após a Segunda-Feira Negra. Quando fica desempregado, a única coisa que lhe resta, são os aprendizados que teve de seu antigo chefe. Ele então recruta seus conhecidos traficantes e alguns homens infelizes em seus empregos, mas que querem ganhar dinheiro fácil. Para montar uma empresa de sucesso. A história retrata as contradições do mundo dos corretores de ações da bolsa de valores de Nova York. Revela como as relações econômicas são, muitas vezes, baseadas em especulações e negociações enganosas. É um pouco assustador descobrir que quem toma as decisões que movem a economia são pessoas como Belfort e seus sócios e assistentes, homens pervertidos, drogados, imprudentes e irresponsáveis. Acredito que o filme foi fiel a realidade sem exageros. Claro que ganhando tanto dinheiro ele chamou atenção do FBI que começou a investiga-lo. Depois de alguns acontecimentos, Jordan decide ficar sóbrio e levar uma vida honesta, ensinando pessoas a ganhar dinheiro. Mesmo assim é condenado a três anos de prisão em uma instalação de segurança mínima, que mais parece um spa de luxo, em Nevada. Depois disso ele passa a ensinar técnicas de vendas, fazendo seminários.  O que podemos aprender com Jordan Belfort: Não tenha orgulho, comece do zero! Belfort iniciou sua carreira numa corretora bem conceituada, mas perdeu o emprego por causa da Segunda Feira Negra e precisou redesenhar. Ele poderia ficar reclamando e sentindo pena de si mesmo, mas confiou em si mesmo e abriu a própria empresa do zero. Tenha paixão pelo que você faz! Não precisa ser como Belfort, que teve tanta paixão pelo dinheiro que chegou a cometer crimes. Mas vamos reconhecer que ele amava sua profissão e a empresa em que trabalhava. Se você tiver tanta paixão pela sua profissão e o local em que trabalha com certeza terá sucesso. Tenha foco e confiança no que vende! Sempre que ele se propunha a fazer uma venda, não desligava o telefone até conseguir. Ele era capaz de vender qualquer coisa, inclusive ações de uma empresa que não existia. Ele dominava a técnica de construir um relacionamento com o cliente, passando-lhe sentimento de confiança e sucesso. Tenha uma equipe com potencial trabalhando com você! Belfort contratava pessoas com potencial, vontade de vencer na vida, e não necessariamente com experiência. Ele acreditava que poderia ensinar essas pessoas a serem imbatíveis. Recompense as pessoas para ganhar sua lealdade! Tá certo que contratar prostitutas e promover bacanais não é considerado o melhor incentivo que uma empresa deve promover para seus funcionários, mas a ideia é ótima. Para manter a equipe unida e motivada é preciso reconhecer e recompensar todos os funcionários. Tenha um discurso inspirador e vencedor! Ele tinha um discurso cativante, mostrava a equipe sua paixão pelo negocio e o seu reconhecimento por cada funcionário. Ser um bom comunicador, um líder inspirador, um entusiasta, faz muita diferença. Falando em Psicologia... O que mais se vê nesse filme é a compulsão. Vício em drogas e sexo. Jordan Belfort é viciado em cocaína e methaqualones, uma droga sedativa e hipnótica depressora do sistema nervoso central, muito usada em comprimidos para dormir, nos anos 1970, com efeitos semelhantes, porém com menos efeitos colaterais que os barbitúricos, usados hoje. Antes de ficar vislumbrado pelo poder e pelo dinheiro, Jordan tinha uma vida normal, até medíocre pode se dizer. Mas depois que descobriu seu poder de manipulação, tornou-se imbatível. Quem possui uma voz imponente, acredita no que fala e é bem eloquente, tem o poder de controlar as pessoas. Essas características são do arquétipo paterno e as pessoas que necessitam de um pai para lhes passar segurança, proteção, são facilmente manipuladas por quem possui tais características. A falta de autoconhecimento torna as pessoas manipuláveis, quando conhecemos nossas fraquezas e sabemos de onde elas veem, criamos o hábito de pensar a respeito dos sentimentos que nos tomam e assim colocamos cada coisa em seu lugar. Quanto aos transtornos de Jordan, podemos dizer que eram Transtorno de Personalidade Narcisista, ego inflado; compulsão sexual; parafilia (masoquista), dependência química. CONHEÇA JORDAN BELFORT:

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