Nosso tempo

12/11/2023

Acordar, pegar o celular, entrar nas redes sociais e deslizar o dedo pela tela. Perceber uma variedade de vidas melhores que a sua, muitas informações e a sensação de que você deveria ter mais tempo, mais conhecimento, estudar mais, ler mais, viajar mais, treinar mais, comprar mais...

Em seguida, ao preparar o café da manhã, você ouve um podcast com as notícias do mundo, e pensa: "como eu não sabia disso?". São novos livros não lidos, notícias inéditas e informações que você acha que deveria saber. Isso gera um leve desconforto e a percepção de que está atrasado, que deveria ser mais produtivo, mais inteligente.

Ao chegar no trabalho, um colega compartilha uma história desconhecida, e você descobre que alguém implementou uma ideia que você já havia pensado, mas que deixou para lá por que achou que ninguém se interessaria. Mais uma vez, surge a sensação de que os outros superaram você.

Atualmente, as pessoas parecem mais informadas, inteligentes, bonitas e interessantes do que realmente são, gerando um sentimento de inadequação em quem acompanha suas vidas.

Experimentar esse sentimento diariamente causa um dano considerável, porém quase imperceptível, à sua mente, minando gradualmente a autoestima. Quando você se dá conta, está novamente se comparando à pessoas que você mal conhece.

É uma sensação sutil de inadequação, uma admiração por aqueles que aparentam ser superiores, acompanhada por um desejo incessante de adquirir mais conhecimento, saber mais e realizar mais. À primeira vista, isso pode parecer motivador. No entanto, essa sensação persiste diariamente, até que você perceba que não foi capaz de ler todos os livros recomendados, acompanhar todos os eventos ou conhecer todas as histórias que os outros já sabem.

Então, você passa a dormir mal, se alimentar rápido, ter respirações curtas, falta de ar, taquicardia... até que você percebe que desenvolveu um transtorno mental: ANSIEDADE.

Em um mundo saturado de informações, é natural que as pessoas se tornem mais ansiosas e experimentem uma queda crescente na autoestima.

E como resolver isso?

Quando você tem um problema no joelho, procura o ortopedista, mas quando você tem um problema mental, por que não procurar um psicólogo?

Primeiro, é preciso ver a realidade como ela é: tem muita informação e distração para que você consiga acompanhar tudo, é impossível, aceite isso.

Segundo, é melhor conhecer poucas coisas que são boas e realmente úteis do que muitas coisas que não acrescentam em nada.

A nossa vida é curta e o nosso tempo produtivo, mais curto ainda, então não faz sentido perder tempo com tanta informação inútil que nos chega a todo momento. Conheça as suas prioridades e preferências pessoais e profissionais; seja consciente do que você faz no seu dia e o que gostaria de fazer. Para isso, é preciso organização e disciplina.

O autoconhecimento ajudará muito, assim como a autoestima, que não te deixará cair nas armadilhas da falta (sensação que está em falta, atrasado, devendo…).

Definir prioridades ajudará a lidar com o seu tempo. Se estiver difícil de resolver isso sozinho, busque apoio de um psicólogo que tem a formação profissional própria para te ajudar a viver da melhor forma possível.

Afinal, é para isso que vivemos: todos nós queremos ser feliz.